Poly Styrene foi a primeira mulher de cor, no Reino Unido, a liderar uma banda rock amplamente conhecida. Trouxe, com a sua voz pouco convencional, palavras de revolta que falavam de identidade, consumismo, pós-modernismo e de todas as transformações que ia testemunhando nas ilhas britânicas na convulsão do final da década de 70. Enquanto vocalista e principal compositora dos X-Ray Spex, a artista anglo-somali inspirou de forma indelével movimentos como o riot grrrl ou o afropunk.
A história de Poly Styrene é, também, e no entanto, mais do que a forte pegada cultural que deixou para trás: tendo ficado como a involuntária guardiã da sua memória, a sua filha Celeste Bell recorda, neste filme, as dificuldades que assombraram a sua vida familiar, feitas de histórias de misoginia, racismo e saúde mental, através de imagens de arquivo inéditas e entradas do diário de Poly - não só o ícone cultural, mas também a mãe, filha, e pessoa.